Este texto foi encontrado no relatório de viagem elaborado
por agrônomos portugueses no início do século passado. É uma declaração de amor
e de compromisso pela profissão.
“Tenho amor aos horizontes largos do campo, ao cheiro da
terra, ao cair da chuva, à alegria do sol, às carícias do vento, ao cântico das
aves e ao barulho das folhas provocado pelo vento.
Tenho amor ao crescer das plantas, ao verde dos campos
plantados, às ondas de ouro dos trigais maduros, ao desabrochar dos flocos de
algodão, ao cheiro dos frutos maduros e ao brilho colorido da erva ondulante.
Tenho amor a todos os animais, grandes e pequenos, criados
por Deus para auxiliar o homem; enternece-me a dedicação dos cavalos, a índole
confiante dos carneiros, a docilidade das vacas e a serenidade dos porcos nos
cevados. É a forma como agradecem o carinho e o cuidado com que são tratados. E
por amar essas coisas:
Creio na terra e na vida da gente do campo, nos seus
anseios, nas suas aspirações e nas suas crenças, nas suas faculdades e forças
para melhorar as condições de vida e criar um ambiente agradável para os que
lhe são queridos.
Creio nos lavradores como sólido esteio da nação,
reservatório inesgotável da sua prosperidade, a mais firme defesa contra os
que, de dentro ou de fora, pretendem despojá-la.
Creio no direito do agricultor a um bem-estar maior, a um
nível de vida que recompense o seu capital, o seu trabalho e a sua perícia e o
coloque em situação idêntica à dos que trabalham no comércio e na indústria.
Creio no seu direito a colaborar com os vizinhos para a
defesa de interesses comuns e creio nos benefícios da ciência posta a serviço
do seu bom senso.
Creio na integridade dos lares rurais, na pureza do amor dos
campesinos e na influência que o lar deve ter sobre a cultura, a arte e a
energia.
Creio nos jovens do campo, no seu anseio por se tornarem
alguém, no seu direito a receberem preparação intelectual, física e moral, e a
responderem ao apelo da terra que reclama os seus braços.
Creio no meu trabalho, na oportunidade que me dá para ser
útil, em tudo aquilo que provém do espírito de humanidade e de fraternidade.
Creio nos serviços que presto, no direito das pessoas
contarem com minha lealdade e o meu entusiasmo para propagar bons princípios e
os ideais dos que buscam e encontram a verdade.
Creio em mim mesmo e humildemente, mas com toda a
sinceridade, ofereço-me para auxiliar os homens, as mulheres e as crianças do
meu país a tornarem prósperas as suas terras, confortáveis e belos os seus
lares, harmonioso e saudável o meio ambiente e assim, tornar útil à minha
própria vida.
Por ter amor a todas estas coisas e por crer em tudo isto é
que sou um engenheiro agrônomo.”
CUIDA BEM DO PRESENTE QUE CONSTRÓIS; ELE DEVE SE
PARECER COM O FUTURO QUE SONHAS.
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